BITE 2015:
A pessoa que não está acostumada com gore, provavelmente vai passar mal com esse filme. Não é todo mundo que consegue ver a transformação de uma linda mulher em um bicho nojento, cheio de feridas e pus cobrindo seu corpo.
A história acompanha a protagonista Casey, que é picada por um inseto durante a viagem de despedida de solteira. Lentamente, a jovem começa a se transformar em um inseto e se alimentar da carne humana.
Bite é considerado o sucessor de “A Mosca” (1986), clássico do terror e ficção de David Cronenberg.
Bite é dirigido por Chad Archibald
o grande trunfo da produção acaba mesmo sendo a nojeira dos efeitos visuais. Sinceramente não chega a causar vômito, não é tão horrível assim. Esta história de pessoas passando mal pode ter sido apenas alguém de estômago muito fraco que se sentiu enjoado e daí criou-se um bom marketing em cima. Mas dou o “braço a torcer” sobre a maquiagem e os efeitos práticos . No lugar de um CGI (computação gráfica) vagabundo que tantos filmes indie e de classe B e C usam, aqui temos uma produção independente que se preocupa em criar elementos de verdade. Gosmas, ovos, feridas, sangue, ácidos derretendo rostos. Tudo é feito à moda antiga, com maquiagens e melecas criadas de verdade. Isto traz certa nostalgia e ganha pontos para a produção. Em alguns momentos até lembra ‘A Mosca’.
A MOSCA 1987:
MINHA MÃE SEMPRE SE REFERIU AO JEFF GOLDBLUM COMO “O MOSCA”. Mesmo quando ele aparecia em outros filmes, como “Jurassic Park” ou “Independence Day”, ela sempre lembrava, arrepiada: “Credo, é aquele homem-mosca”.
“A Mosca” é o remake de um filme de 1958,Jeff Goldblum é Seth Brundle, o cientista que há anos vem trabalhando secretamente em seus “telepods”, aparelhos que escaneiam as moléculas de um objeto e o transportam de uma unidade a outra. A geringonça funciona perfeitamente com qualquer objeto inanimado, o que já seria suficiente para revolucionar o sistema de correios mundial e garantir a Brundle uma rechonchuda conta bancária. Mas ele não está satisfeito, e quer porque quer teletransportar seres vivos. Seus testes costumam falhar miseravelmente: um pobre babuíno chega a ser virado do avesso, com órgãos expostos e gemido agonizante, na primeira cena mais podreira do filme.
O elenco é enxuto e, além de Goldblum e do babuíno, conta apenas com Geena Davis – a jornalista especializada em assuntos científicos que acaba se envolvendo romântica e sexualmente com Goldblum, e até o acha “bonitinho” – e John Getz, chefe e ex-namorado-ciumento da garota.
a Mosca domestica entra no telepod junto com Brundle e eles se fundem em um só ser, a transformação não é instantânea: aparentemente, ele continua
o mesmo.
É na segunda metade que “A Mosca” foca no que lhe daria fama: a metamorfose de Brundle num insetão asqueroso. O que no início parecia acne torna-se um rosto deformado e perebento. Caem as unhas, depois os dentes e até as orelhas. Litros de fluidos asquerosos completam o pacote. A maquiagem foi tão aclamada na época que ganhou até Oscar em 1987.
Direção: de David Cronenberg
Se Bite realmente é o sucessor de A MOSCA?
O problema da produção é a falta de um bom roteiro e um bom elenco. As atuações são bem fracas e sem presença. A protagonista Casey (interpretada por Elma Begovic) não tem força suficiente para segurar o lado dramático da produção. Mas nos momentos de transformação ao menos vemos algum potencial. O restante do elenco não traz nada de interessante, embora a senhora que interprete a sogra da protagonista atua razoavelmente bem mesmo que em pouco tempo de cena. O outro problema do filme é seu roteiro, que deixa seus furos. Não há explicação para o que está acontecendo, apenas há o fato e ponto. Nem todo filme precisa de explicações, alguns andam muito bem na subjetividade. Mas neste aqui sentimos esta falta, faltou um direcionamento de como ocorre aquilo.
Já em A Mosca temos a mão firme de um mestre David Cronenberg e um elenco maravilhoso.
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