X-Men:Fênix Negra /Resenha>FimesDiversos

X-Men Fênix Negra parecia ser um total desastre com tantos problemas e adiamentos para sua estréia ,dirigido por Simon Kinberg, roteirista usual da série e também do mal-fadado reboot de Quarteto Fantástico, marcou uma das últimas produções do estúdio 20th Century Fox antes de sua aquisição pela Disney,A maior surpresa aqui é que X-Men: Fênix Negra não resultou no produto incoerente que se esperava. No entanto, esta nova adaptação do arco da Fênix Negra – notoriamente reproduzido no decepcionante mas não desprovido de méritos X-Men: O Confronto Final – se trata do capítulo mais seguro, e talvez até entediante, da franquia cinematográfica por não acrescentar suas próprias viradas ao material e limitado também pelo compromisso em amarrar pontas soltas do ciclo iniciado em Primeira Classe .
Quando uma ameaça alienígena vem ao planeta Terra para recuperar um poder absorvido por Jean Grey (Sophie Turner) durante uma missão de resgate,Jean Grey começa a desenvolver incríveis poderes que a corrompem e a transformam em uma Fênix Negra. Agora, os X-Men precisam decidir se a vida de um membro da equipe vale mais do que todas as pessoas do mundo.
O ritmo lento com que as linhas paralelas narrativas se encaminham a um cruzamento permite que tudo perca o vapor muito rapidamente, já que, de duas uma, conhecemos muito bem o perigo do poder incorporado por Jean e suas implicações na trama. Em outras palavras, falta suspense.
A natureza destes alienígenas, em especial de sua – aparente – líder interpretada por Jessica Chastain, subaproveitada , revela-se tampouco importante para o desenrolar da trama quanto ameaçadora. Até há alguns toques acertados de terror na direção de Kinberg, com ecos de Arquivo X e Invasores de Corpos, em trabalhar a mimese dos aliens e a consequente estranheza de ver pessoas de aparência comum agindo e locomovendo-se de forma estranha, como em um ótimo plano no qual a luz dianteira de um trem revela um túnel cujo teto e paredes estão repletas destes “humanos”, mas seu antagonismo é fraco e insuficiente.
 Magneto (Michael Fassbender)desta vez as motivações – se comparadas com o mistério e a dramaticidade de O Confronto Final – provam-se pífias. Seu passado suficientemente trágico é resgatado para justificar suas ações menos pacíficas,  assim como a morte da família de Magneto. 
A maior ameaça aqui é a própria Jean Grey, prometendo um conflito interno para os X-Men, Se os primeiros momentos do longa são promissores, retratando entre outras coisas uma operação de resgate espacial realizada pelos X-Men – em uma das únicas ocasiões da franquia na qual vemos os mutantes alinhados e integrados com o governo americano -, e tecnicamente bem construídos, com destaque para a montagem alternada aflitiva entre o interior do Jato X e um ônibus espacial prestes a se desintegrar, nada do que vem depois apresenta o mesmo entusiasmo em explorar os poderes dos heróis titulares ou alguma situação que explore sua posição na sociedade. Em termos de construção de mundo, este é facilmente o capítulo mais vazio.
O que se espera de um filme cujo elenco apresenta um variado leque de poderes?. Nem Mercúrio (Evan Peters) chega a ter seu momento tour-de-force em câmera lenta,
A ruptura interna que ocorre entre os próprios X-Men após Jean matar, por acidente, um de seus membros mais importantes soa igualmente irracional e até um tanto preguiçosa no roteiro de Kinberg, que encontra no desencontro entre os mutantes uma oportunidade de se alongar sem oferecer nada de real sustância. Inclusive, não existem arcos individuais para as personagens como se viu em Primeira Classe e até o lotado Dias de um Futuro Esquecido: aqui são todos como peças de xadrez. Encerrar uma franquia com o sentimento de que suas personagens tornaram-se pragmáticas é, em si, sinal de uma má despedida.

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